A inspiração para este filme veio de uma fonte inesperada: um vídeo compartilhado por um amigo explorando um hospital abandonado em nossa cidade natal. A intriga do local, enriquecida por lendas urbanas de lugares esquecidos, obrigou-me a a desenvolver uma história.

Desde o início, a minha visão era clara: usar minhas capacidades cinematográficas para contar esta história sem depender de um grande orçamento (gastei menos de 1000 reais). À medida que criava o roteiro, as ricas narrativas do local ganharam destaque. O hospital não era apenas um plano de fundo; tinha conexões com nossa equipe. Luciana Lara, integrante da equipe, teve seu filho lá. Também descobrimos histórias sobre a sua utilização atual por criminosos devido à falta de segurança e aos desafios burocráticos ligados à sua propriedade filantrópica privada. Essas revelações acrescentaram profundidade à nossa história.

No centro do nosso filme está o hospital, um marco da cidade. Seus corredores ecoam memórias que atravessam gerações. Destacar este local outrora icônico, mas agora esquecido, sustenta a mensagem do nosso filme: lançar luz sobre a negligência de marcos significativos.

Para nós, este filme é mais do que apenas entretenimento. É um apelo para preservarmos o nosso passado e, ao mesmo tempo, abordarmos questões atuais de decadência e negligência. Nosso objetivo é envolver os espectadores, levando-os a refletir sobre o valor do nosso patrimônio histórico e as histórias escondidas nele.

Eu não gosto de escrever meu roteiros e deixar muito na cara, ter que explicar tudo. E pelas minhas pesquisas, não é todo mundo que entende este filme, tem que prestar atenção. Eu fiquei pensando se isso não iria atrapalhar a carreia dele em festivais, mas decidi não alterar nada, idealizei o filme assim e assim tem que ser.